3 anos sem Messi no Barcelona: o que mudou

A Catalunha foi a casa do camisa 10 por mais de 15 anos; veja o que mudou na vida de Messi

O Barcelona de Lionel Messi ou o Lionel Messi de Barcelona? Há 3 anos, essas duas entidades do futebol se separavam em uma amarga despedida que nem era para acontecer.

O ano de 2021 foi um ano que era para ser de renovações no FC Barcelona. Messi, depois de pedir para sair do clube em agosto de 2020, decidiu ficar em seu último ano vigente de contrato e, em seguida, Bartomeu pediu para deixar o cargo de presidente após os escândalos recentes de corrupção e polêmicas envolvendo os próprios jogadores blaugranas, deixando assim, o cargo para um antigo conhecido da torcida: Joan Laporta.

Laporta prometeu equilibrar as contas do clube e fazer com que voltassem a conquistar títulos de expressão, deixando para trás a má fase. E foi o que fizeram no restante da temporada – obtiveram uma boa receita, conquistaram a Copa do Rei e batalharam até o final pela LaLiga, perdendo o título na última rodada, em um duelo contra o Celta, no qual foram derrotados por 2 a 1, de virada, dentro de casa.

Messi, mesmo após tudo o que passou nos últimos anos em Barcelona, como o 8 a 2 contra o Bayern em 2020, e as eliminações contra Roma e Liverpool na Champions, havia decidido ficar na Espanha depois da disputa da Copa América – seu primeiro título com a seleção argentina. Todavia, no dia no qual o contrato seria assinado, a La Liga decidiu não aprovar as contas do clube, fazendo com que a receita mínima fosse insuficiente para registrar Messi nos campeonatos disputados – decisão essa, que impossibilitou qualquer ação possível na renovação do astro argentino, que não pôde continuar na Catalunha; não porquê não queria, mas porque não podia.

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Messi, desolado, olhando para o céu, em derrota do Barcelona contra o Celta – Foto: Albert Gea/Reuters

Logo, Messi teve de escolher um clube que obtivesse interesse em contratá-lo, mas que oferecesse uma comissão parecida com a que tinha em Barcelona – uma missão muito difícil. A decisão foi tomada menos de 3 dias depois, com o PSG aparecendo como a melhor opção, com um contrato de 2 anos e um salário astronômico. Logo, Neymar, seu antigo companheiro e amigo, junto de Mbappé, craque do time e estrela em ascensão, formaram, junto do E.T, um dos trios mais impensáveis de todos: o MNM! Que… flopou!

Na temporada 2021-22, Leo teve uma dificuldade imensa em se adaptar ao futebol francês, e só foi conseguir entrosar com os companheiros na temporada seguinte. Veja os números de Messi nos anos de PSG:

TemporadaJogosGolsAssistênciasParticipações em gol por jogo
2021/223411140,73
2022/234121201
TOTAL7532340,88
Dados: Transfersmarket

Neste período, Messi foi eliminado duas vezes nas oitavas da Champions, mas conquistou 2 Campeonatos Franceses e uma Supercopa da França, títulos esses, que foram simbólicos perto do que ganhou pela Argentina em Dezembro de 2022: a Copa do Mundo FIFA, o título mais importante e icônico de sua carreira.

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Messi, campeão do mundo – Foto: Maja Hitij – FIFA/Getty Images

Não podemos negar que o E.T na primeira metade da temporada 2022-23, estava jogando uma barbaridade: era gol ou assistência todo jogo, com influencia direta na maioria das jogadas de ataque do PSG. O que, certamente mudou ao entrarmos em 2023, muito provavelmente por estar jogando no país que derrotou na final do mundial. Messi parecia despreocupado e leve, parecendo curtir uma lua de mel pós Copa.

Em um final de temporada antipático na França, Messi, mais uma vez em fim de contrato, decide voltar ao Barcelona. Sem sucesso, pois o clube blaugrana ainda não estava em condições de contratar ninguém sem ao menos abaixar salários ou vender atletas – novamente, parte do plano de viabilidade financeira de La Liga, que precisava ser aprovada. Então, o argentino, que já havia feito história na Europa, basicamente, disse: “Se não é o Barcelona, não é mais ninguém” – e assim, foi embora do velho continente.

Leo assinou com o Internacional de Miami, time de David Beckham, com o objetivo de impulsionar o futebol nos Estados Unidos, incentivando o consumo ao esporte e levando ganhos estratosféricos à MLS e suas marcas apoiadoras, que tiveram de bolar um esquema entre todos os clubes para conseguirem trazer, contemporaneamente falando, o maior nome do futebol.

O agora, mais leve, Lionel Messi, vive seus dias ensolarados em Miami desfrutando dos EUA com a família e jogando futebol com os amigos Luis Suarez, Busquets e Alba, em um final de carreira dos sonhos, que, se não fosse a sua saída do Barcelona, teria sido, muito provavelmente, bem diferente.

Cristian Bessone

Editor do Sports Context

Jornalista em formação pela Unesp Bauru.

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