Relembre trajetória do Brasil na Copa América de 2004
-09/10/2024
Relembre trajetória do Brasil na Copa América de 2004
A conquista da Copa América de 2004 pelo Brasil foi uma daquelas jornadas que, mesmo cercada de dúvidas e desconfianças, acabou em uma celebração inesquecível. Naquela época, a Seleção Brasileira era vista como favorita, mas ao mesmo tempo, a decisão de Carlos Alberto Parreira de levar uma equipe mista, sem várias das estrelas que brilharam na Copa do Mundo de 2002, gerou incertezas sobre o real potencial do time.
O torneio, realizado no Peru, começou com o Brasil enfrentando o México, um jogo que terminou em derrota por 1 a 0, aumentando as dúvidas sobre o grupo. No entanto, o time reagiu rápido, vencendo o próximo jogo contra a Costa Rica por 4 a 1, com destaque para o jovem Adriano, que já começava a mostrar o porquê de ser chamado de “Imperador”. Fechando a fase de grupos, o Brasil venceu o Chile por 1 a 0, garantindo a classificação.
Nas quartas de final, a Seleção encarou o México novamente. Dessa vez, o Brasil não deu chances e, em um jogo seguro, venceu por 4 a 0. Adriano brilhou novamente, e o time parecia cada vez mais entrosado, encontrando um equilíbrio entre a juventude e a experiência de jogadores como Alex e Luisão.
A semifinal trouxe um desafio histórico: a seleção do Uruguai. Em um jogo marcado pela tensão e equilíbrio, a partida terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal e prorrogação. A decisão foi para os pênaltis, onde Júlio César, que se firmava como o futuro grande goleiro do Brasil, defendeu duas cobranças, e o Brasil garantiu a vaga na final.
E então veio a grande final contra a Argentina, um clássico sul-americano que dispensa apresentações. O jogo foi dramático, intenso e cheio de reviravoltas. A Argentina abriu o placar com um gol de Kily González, mas o Brasil empatou logo depois com um gol de Luisão. Na segunda etapa, os argentinos voltaram a ficar à frente com um gol de César Delgado, e parecia que o título escaparia para o rival. Mas, aos 48 minutos do segundo tempo, Adriano, o “Imperador”, apareceu novamente. Em um lance de pura raça e potência, ele girou sobre a marcação e estufou as redes, levando a decisão para os pênaltis.
Nos pênaltis, a frieza dos brasileiros prevaleceu. Júlio César, novamente, foi decisivo, defendendo a cobrança de D’Alessandro. O Brasil converteu todas as suas cobranças, e a final foi selada com uma vitória por 4 a 2 nas penalidades, garantindo o título sul-americano.
A Copa América de 2004 foi mais do que um título para o Brasil. Foi a afirmação de uma nova geração que, mesmo sem algumas de suas maiores estrelas, mostrou que o futebol brasileiro ainda era sinônimo de talento, garra e superação. Adriano foi o grande nome do torneio, sendo eleito o melhor jogador e artilheiro, com 7 gols, se consolidando como o novo ídolo da torcida. Foi a Copa América do improviso que deu certo, do time que superou as desconfianças e mostrou que, com a camisa do Brasil, qualquer um pode ser herói.
Jornalista em formação pela Unesp Bauru.
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