O empate por 2 a 2 entre Barcelona e Real Madrid em 2012 foi um duelo histórico, onde Messi e Cristiano Ronaldo, em seu auge, marcaram os dois gols de seus times, colocando fogo em uma das maiores rivalidades do esporte
-09/10/2024
O empate por 2 a 2 entre Barcelona e Real Madrid em 2012 foi um duelo histórico, onde Messi e Cristiano Ronaldo, em seu auge, marcaram os dois gols de seus times, colocando fogo em uma das maiores rivalidades do esporte
Era outubro de 2012. O Camp Nou, como um coliseu moderno, se preparava para mais uma batalha épica. Não era apenas mais um jogo. Barcelona e Real Madrid nunca eram apenas um jogo. Eram duas filosofias em constante colisão, duas cores que carregavam uma história de conquistas, rivalidades e paixões. Era Messi contra Cristiano Ronaldo, duas forças da natureza que redefiniriam, naquela noite, a essência do futebol. Em campo, não eram apenas homens disputando a bola — eram deuses, desenhando poesia com os pés. O placar final, 2 a 2, seria uma marca indelével na história dos Clássicos.
No Camp Nou, o barulho das arquibancadas ecoava como um trovão. Mais de 98 mil vozes, unidas e divididas ao mesmo tempo, aguardavam o início de mais uma dança entre titãs. Era a temporada 2012-13 da La Liga, e o mundo do futebol parava para assistir àquele que se tornaria um dos duelos mais memoráveis de todos os tempos.
O Barcelona, comandado por Tito Vilanova, vinha com sua máquina bem azeitada, o tiki-taka, que encantava o mundo com a sua fluidez e controle de bola. No outro lado, José Mourinho liderava o Real Madrid, uma equipe sólida e letal, desenhada para ser o antídoto do Barcelona. Mas naquela noite, o confronto não seria apenas sobre táticas. Seria uma disputa visceral entre dois jogadores que já haviam transcendido o jogo: Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.
Ambos eram os expoentes máximos de suas respectivas equipes. Messi, com sua genialidade silenciosa, e Cristiano, com sua explosão de potência e técnica. Dois jogadores que personificavam estilos de vida e filosofias distintas, mas que naquele gramado eram tão iguais na sua busca pela perfeição. O palco estava armado para um espetáculo que não seria esquecido tão cedo.
O jogo começou com o Real Madrid pressionando alto, buscando tirar o Barcelona de sua zona de conforto. Aos 23 minutos, o momento esperado pelos merengues chegou. Cristiano Ronaldo recebeu um passe em profundidade de Karim Benzema e, com a frieza de um cirurgião, chutou cruzado, vencendo Victor Valdés. O grito de “Cristiano!” ecoou no Camp Nou, e a bandeira branca de Madrid balançou alto. O placar mostrava 1 a 0, e o Real Madrid tomava a dianteira.
Cristiano, com sua tradicional celebração, olhou para o Camp Nou como quem desafia o mundo. Seus braços abertos, peito estufado, olhares desafiadores. Ele sabia que aquele gol era mais do que um simples tento — era uma declaração. O Barcelona, naquele momento, parecia desnorteado. Mas não por muito tempo.
A resposta do Barcelona veio de quem mais se esperava: Lionel Messi. Em uma jogada que parecia despretensiosa, a bola sobrou dentro da área após uma confusão, e Messi, com sua calma cirúrgica, aproveitou a oportunidade. Seu chute forte e preciso não deu chances a Iker Casillas. O placar estava empatado: 1 a 1. Messi, em contraste a Cristiano, celebrou de forma contida. Ele sabia que a batalha estava apenas começando.
Se o primeiro tempo já havia sido de altíssimo nível, o segundo tempo prometia ainda mais. Messi e Cristiano Ronaldo estavam longe de terminar sua obra-prima. O Camp Nou era o palco, e os deuses do futebol haviam decidido que aquele seria o momento em que ambos se imortalizariam ainda mais.
Aos 61 minutos, em uma cobrança de falta milimétrica, Messi trouxe à tona sua mágica. A bola flutuou por sobre a barreira como se estivesse sendo guiada por uma mão invisível, antes de cair com precisão no ângulo de Casillas. O goleiro espanhol, um dos melhores de todos os tempos, esticou-se ao máximo, mas não havia o que fazer. A bola encontrou o fundo da rede, e o Camp Nou explodiu. Messi havia virado o jogo. O maestro argentino, com um toque de gênio, colocava o Barcelona à frente.
Mas, como seria previsível, Cristiano Ronaldo não aceitaria isso calado. Apenas cinco minutos depois, em um contra-ataque rápido e mortal, CR7 recebeu um passe perfeito de Özil e, em um movimento rápido e elegante, finalizou rasteiro, sem chances para Valdés. Era o empate, 2 a 2, e o Camp Nou assistia, atônito, a dois dos maiores jogadores da história trocando golpes como boxeadores no 12º round.
Naquele momento, o placar não importava mais. O que o mundo assistia era algo que transcendia o resultado. Era uma disputa de dois gênios que, com apenas um toque na bola, faziam as multidões saltarem de suas cadeiras e perderem o fôlego. Era como assistir a um duelo de pinceladas entre Picasso e Van Gogh, cada um mostrando sua própria visão de perfeição.
Quando o árbitro apitou o fim do jogo, o placar marcava 2 a 2. Mas aquele empate foi muito mais do que isso. Messi e Cristiano Ronaldo haviam deixado sua marca, uma vez mais, em um dos maiores palcos do futebol mundial. Não era sobre a vitória de um time, mas sobre a imortalidade de dois jogadores que, naquela noite, deram uma aula de futebol.
O Camp Nou silenciou por um breve momento, como se o público estivesse tentando absorver o que acabara de testemunhar. Não havia um vencedor claro, mas todos sabiam que haviam presenciado algo especial. O duelo entre Messi e Cristiano Ronaldo naquele 7 de outubro de 2012 seria lembrado por gerações. Não era apenas uma disputa entre dois rivais, mas um lembrete de que, de vez em quando, o futebol nos presenteia com algo maior que o jogo.
Passaram-se doze anos desde aquele épico Barcelona 2×2 Real Madrid, mas as imagens daquele jogo ainda estão gravadas na memória de milhões. Messi e Cristiano Ronaldo continuariam suas jornadas em busca da perfeição, mas aquela noite de outubro foi uma das vezes em que ambos se enfrentaram em seu auge absoluto. Foi o retrato da maior rivalidade individual que o futebol já viu.
Este clássico, mais do que qualquer outro, personificou a beleza do futebol e a capacidade do esporte de nos dar momentos que transcendem o tempo. No fim, não foi apenas sobre um jogo. Foi sobre dois artistas que, com a bola nos pés, criaram um espetáculo que será contado por gerações. Porque em 7 de outubro de 2012, no Camp Nou, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo mostraram ao mundo que o futebol, em sua essência, é poesia em movimento.
Jornalista em formação pela Unesp Bauru.
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