O maior desastre da história do futebol europeu completa 4 anos, e o Barcelona continua irreconhecível
-09/10/2024
O maior desastre da história do futebol europeu completa 4 anos, e o Barcelona continua irreconhecível
Hoje, completam-se quatro anos de uma das derrotas mais humilhantes da história do futebol europeu. Em 14 de agosto de 2020, o Bayern de Munique atropelou o Barcelona por 8 a 2 nas quartas de final da Champions League, uma partida que marcou profundamente ambos os clubes, mas principalmente o gigante catalão. A goleada não só simbolizou a queda de uma das maiores potências do futebol mundial como também desencadeou uma série de mudanças drásticas no Barcelona, culminando em um verdadeiro desmantelamento da equipe que dominou a Europa na última década.
A partida, disputada em Lisboa devido à pandemia de COVID-19, foi um massacre tático e técnico. Desde os primeiros minutos, o Bayern, liderado por uma dupla implacável de Thomas Müller e Robert Lewandowski, deixou claro que não daria chance para um Barcelona desorganizado e apático. O placar final refletiu o abismo entre as duas equipes, com o Bayern expondo todas as fraquezas de um Barça que parecia irreconhecível em campo.
As consequências foram imediatas e profundas. O técnico Quique Setién foi demitido poucos dias após a derrota, sendo substituído por Ronald Koeman, que foi incumbido de reconstruir uma equipe devastada, tanto moral quanto esportivamente. A diretoria, liderada por Josep Maria Bartomeu, também entrou em colapso, culminando na renúncia do presidente em meio a uma crise institucional sem precedentes. A dívida crescente do clube, a má gestão dos contratos e as contratações fracassadas vieram à tona, revelando a verdadeira dimensão do problema.
A goleada também precipitou a saída de jogadores icônicos que foram fundamentais para a era de ouro do Barcelona. Luis Suárez, Ivan Rakitić e Arturo Vidal foram alguns dos primeiros a deixar o clube, seguidos por uma debandada de outros nomes que, até então, eram sinônimos do sucesso blaugrana. Mas a maior perda veio em 2021, quando Lionel Messi, o maior jogador da história do clube, foi forçado a sair devido à impossibilidade financeira de renovar seu contrato. Messi, que havia vivido toda a sua carreira profissional no Camp Nou, se emocionou ao se despedir, encerrando uma era de maneira amarga.
Desde então, o Barcelona lutou para recuperar sua identidade. Sob a nova gestão de Joan Laporta, o clube tentou reconstruir suas bases, apostando em jovens talentos e contratando novos jogadores, mas ainda distante do poderio que um dia ostentou. A derrota por 8 a 2 não foi apenas um resultado; foi o ponto de ruptura de um ciclo glorioso, que deixou cicatrizes profundas e transformou o Barcelona de um colosso europeu em um clube em reconstrução.
A cada aniversário dessa partida, o Barcelona é lembrado de uma lição dolorosa: a necessidade constante de renovação e adaptação, para que o passado glorioso não se transforme em um fardo insuportável.
Jornalista em formação pela Unesp Bauru.
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