Entre desafios e grandes atuações, o Chelsea foi campeão da Champions em 2012; relembre a campanha aqui
-09/10/2024
Entre desafios e grandes atuações, o Chelsea foi campeão da Champions em 2012; relembre a campanha aqui
A temporada 2011-2012 ficará para sempre marcada na memória dos torcedores do Chelsea como o ano em que o clube londrino alcançou a glória máxima no futebol europeu. Contra todas as probabilidades, o Chelsea, então desacreditado por muitos, superou adversidades, desafiou gigantes e, com uma mistura de resiliência, sorte e momentos de brilho individual, conquistou a tão sonhada UEFA Champions League. Essa campanha, recheada de dramas e heróis improváveis, é a prova de que, no futebol, o impossível é apenas uma questão de perspectiva.
A caminhada do Chelsea na Champions League de 2012 começou de forma pouco impressionante. Na fase de grupos, os Blues enfrentaram Valencia, Bayer Leverkusen e Genk. Sob o comando de André Villas-Boas, o time não demonstrava a solidez que o mundo viria a conhecer nas fases seguintes. Foram jogos de altos e baixos, mas o Chelsea conseguiu avançar como líder do Grupo E, sem grande alarde.
Nas oitavas de final, o Chelsea encontrou o Napoli, em um confronto que quase selou o destino europeu do clube. No jogo de ida, no Estádio San Paolo, o time londrino foi derrotado por 3 a 1, em uma atuação que evidenciou as fragilidades do time sob o comando de Villas-Boas. A pressão aumentou e, após essa partida, o jovem treinador português foi demitido. A chegada de Roberto Di Matteo, inicialmente como técnico interino, trouxe uma nova energia ao time.
O jogo de volta, em Stamford Bridge, foi uma noite épica. Empurrado por sua torcida, o Chelsea buscou a virada, vencendo por 4 a 1 na prorrogação, em um jogo marcado pela garra e pela determinação de um elenco que se recusava a aceitar a eliminação. Didier Drogba, John Terry, Frank Lampard e Branislav Ivanović foram os heróis daquela noite, mostrando ao mundo que o Chelsea estava mais vivo do que nunca.
Nas quartas de final, o Benfica foi o adversário, e o Chelsea, já sob a tutela de Di Matteo, apresentou um futebol mais organizado e seguro. Com uma vitória por 1 a 0 em Lisboa e um triunfo por 2 a 1 em Londres, os Blues avançaram às semifinais, onde enfrentariam o temido Barcelona, então o melhor time do mundo e favorito ao título.
O confronto contra o Barcelona foi, talvez, o maior teste de resiliência na história do Chelsea. No jogo de ida, em Stamford Bridge, o Chelsea venceu por 1 a 0, com um gol de Didier Drogba, em uma partida onde os londrinos foram amplamente dominados, mas souberam aproveitar a única oportunidade clara que tiveram. O verdadeiro drama, contudo, estava reservado para o Camp Nou.
No jogo de volta, o Barcelona, liderado por Lionel Messi, foi avassalador. O Chelsea viu-se reduzido a 10 homens após a expulsão de John Terry, e logo estava perdendo por 2 a 0, o que praticamente garantia a classificação dos catalães. Mas, em uma reviravolta épica, o Chelsea mostrou uma determinação inacreditável. Ramires, com um gol de cobertura no final do primeiro tempo, recolocou o Chelsea no jogo. No segundo tempo, Peter Čech viu um pênalti de Messi atingir a trave, e no último minuto, Fernando Torres, que até então vivia uma temporada difícil, selou a classificação com um gol que ecoaria por toda a história do clube.
Na final, o Chelsea enfrentou o Bayern de Munique, em pleno Allianz Arena. Os alemães eram favoritos, e o jogo refletiu isso, com o Bayern dominando as ações. Mesmo assim, o Chelsea se segurou até onde pôde. O Bayern abriu o placar aos 83 minutos com Thomas Müller, mas Didier Drogba, em uma atuação heroica, empatou aos 88, levando o jogo para a prorrogação.
Na prorrogação, o Bayern teve a chance de ouro para vencer, mas Peter Čech defendeu o pênalti de Arjen Robben, levando a decisão para as penalidades. Nos pênaltis, o Chelsea manteve a calma e, com Drogba convertendo o pênalti decisivo, os Blues finalmente conquistaram a UEFA Champions League, rompendo a barreira que havia lhes escapado em 2008, e entrando de vez para a elite do futebol europeu.
A conquista da Champions League de 2012 foi mais do que um título para o Chelsea; foi a realização de um sonho, a recompensa por anos de investimento e a consagração de uma geração que se recusou a ser derrotada. Liderados por figuras icônicas como Terry, Lampard e Drogba, e guiados por um técnico interino que se tornaria um herói, o Chelsea mostrou que, no futebol, nunca se deve subestimar o coração de um campeão.
Jornalista em formação pela Unesp Bauru.
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