Zico: a história do Galinho de Quintino

Conheça a lenda da torcida Rubro-Negra

Arthur Antunes Coimbra, mais conhecido como Zico, nasceu em 3 de março de 1953, no bairro de Quintino Bocaiúva, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Desde cedo, o futebol fez parte de sua vida, e o menino logo começou a se destacar nas peladas de rua e nas quadras de futebol de salão do bairro.

Zico era o caçula de uma família apaixonada por futebol. Seus irmãos, Antunes e Edu, também jogaram profissionalmente, mas foi o pequeno “Galinho de Quintino”, como ficou conhecido, que conquistou o coração dos cariocas e, mais tarde, do mundo.


Origem do apelido “Zico”

O apelido “Zico” nasceu na infância, quando Arthur era chamado carinhosamente de “Arthurzico” por seus familiares. Com o tempo, “Arthurzico” foi encurtado para “Zico”, e o apelido pegou, acompanhando-o por toda a sua carreira.

Carreira na base e ascensão no Flamengo

Aos 14 anos, Zico ingressou na escolinha de futebol do Flamengo, clube que se tornaria a grande paixão de sua vida. No início, sua carreira foi marcada por desafios. Zico era franzino e muitos duvidavam que ele pudesse ter sucesso no futebol profissional. No entanto, com dedicação e um forte programa de preparação física, ele superou as limitações físicas e se destacou nas categorias de base do clube.

Em 1971, aos 18 anos, Zico fez sua estreia pelo time principal do Flamengo. Desde o início, demonstrou um talento diferente, com um senso de posicionamento, visão de jogo e habilidade para bater faltas que logo o tornariam uma das maiores promessas do futebol brasileiro.

Abençoado por Zico, Gabigol incorpora a camisa 10 do Flamengo
Foto: Getty Images



O ídolo do Flamengo

A partir de 1974, Zico assumiu a camisa 10 do Flamengo e começou a construir sua lenda. Sob sua liderança, o clube viveu a chamada “Era Zico”, uma das mais gloriosas de sua história. Entre 1978 e 1983, o Flamengo conquistou títulos importantes, como o Campeonato Brasileiro, a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes.

Durante as épocas de glória no rubro negro, Zico jogou ao lado de grandes jogadores que ajudaram a construir o sucesso do clube. Entre seus principais companheiros estavam os habilidosos laterais Junior e Leandro, Adílio, um meio-campista muito técnico que tinha grande entrosamento com Zico e Nunes, um artilheiro decisivo. Juntos, formaram uma equipe que conquistou títulos inesquecíveis.

Zico foi o artilheiro e principal líder do time, marcando 509 gols em 731 partidas oficiais com a camisa do Flamengo. Sua habilidade nas cobranças de falta e sua visão de jogo o tornaram um dos jogadores mais respeitados e admirados do futebol mundial.


Passagem pela Europa e retorno ao Flamengo

Em 1983, Zico foi transferido para a Udinese, na Itália, onde rapidamente se tornou uma referência. Mesmo jogando em uma equipe de menor expressão, Zico brilhou na Serie A, quase conquistando o título de artilheiro do campeonato em sua primeira temporada. No entanto, problemas com lesões limitaram seu tempo na Europa.

Zico retornou ao Flamengo em 1985, onde continuou a encantar os torcedores. Apesar de uma lesão grave no joelho, que o afastou dos gramados por um longo período, ele se recuperou e voltou a jogar em alto nível, conquistando mais títulos pelo clube carioca antes de se aposentar em 1989.

Carreira na seleção brasileira

Zico também teve uma carreira de destaque na Seleção Brasileira. Estreou em 1976 e participou de três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986). Embora tenha sido um dos grandes craques da “Seleção Canarinho”, Zico nunca conquistou uma Copa do Mundo, o que é considerado por muitos uma das grandes injustiças do futebol.

Mesmo sem o título mundial, Zico marcou 48 gols em 71 partidas pela seleção (nas contas da Fifa) sendo até hoje um dos maiores artilheiros da história do Brasil.

Foto: Getty Images



Aposentadoria e carreira como treinador

Após encerrar sua carreira como jogador, Zico manteve seu envolvimento com o futebol em novas funções. Em 1990, ele foi nomeado Secretário Nacional de Esportes do Brasil, onde trabalhou na criação da “Lei Zico”, que introduziu reformas importantes no esporte brasileiro, dando mais autonomia aos jogadores.

Após esse período como dirigente, Zico decidiu voltar a jogar em 1991, aceitando um convite para atuar no Japão. Lá, ajudou a popularizar o futebol no país e foi fundamental na criação e crescimento do Kashima Antlers, clube que se tornaria um dos mais bem-sucedidos da J-League. Sua influência foi tão profunda que até hoje ele é reverenciado no Japão.

Após encerrar sua brilhante carreira como jogador, Zico abraçou o desafio de ser treinador. Comandando equipes em diversos países, como Japão, Turquia, Rússia e Uzbequistão, o ex-craque conquistou títulos importantes e deixou sua marca em todos os lugares por onde passou. Embora não tenha alcançado o mesmo nível de sucesso individual como jogador, Zico se consolidou como um treinador respeitado e influente, conhecido por sua inteligência de jogo e paixão pelo futebol.

Zico e sua importância para o crescimento da torcida do Flamengo

Zico não foi apenas um grande jogador, ele também foi fundamental para o crescimento e a consolidação da torcida do Flamengo em todo o Brasil. Durante a “Era Zico”, o Flamengo se tornou o clube com a maior torcida do país, e o Maracanã, palco de tantas de suas conquistas, virou a “casa” de milhões de flamenguistas.

Seu carisma, aliado ao sucesso em campo, ajudou a transformar o Flamengo em uma das marcas mais poderosas do futebol mundial. Até hoje, Zico é visto como um símbolo do clube e da paixão rubro-negra, sendo reverenciado por todas as gerações de torcedores.

Zico é, sem dúvida, um dos maiores ídolos do futebol brasileiro e mundial. Sua trajetória é marcada por talento, dedicação e amor ao esporte. Do menino franzino de Quintino ao craque que encantou o mundo, Zico deixou um legado eterno no Flamengo e no futebol com um todo.





Henrique Assunção

Editor do Sports Context

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